Em busca de viabilidade, grupo adota conselheiros de prestígio
DE SÃO PAULO
"Artista não tem visão empresarial", afirma a atriz Bete Coelho.
"Lugar de artista é no palco, e não na sala de espera das grandes empresas, mendigando patrocínio", acredita Maurício Magalhães, presidente da agência de comunicação Tudo.
Não é novidade a luta travada pela maior parte da classe teatral do país para viabilizar seus próprios projetos.
Foi em busca de alternativas a essa realidade que Bete Coelho e Ricardo Bittencourt, fundadores da companhia BR 116, criaram um novo modelo de grupo.
No coletivo, são acompanhados por Magalhães, pela advogada especializada em leis de incentivo cultural Cris Olivieri, e profissionais de diversas áreas de atuação.
Seguindo os princípios do voluntariado, o coletivo se ampara em conselheiros não remunerados, dispostos a disponibilizar tempo, conhecimento, prestígio e contatos com o objetivo de tornar a BR 116, fundada em 2010, uma companhia sustentável. Fazem parte do conselho da BR 116 o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, o ex-jogador de futebol Raí e a atriz Regina Braga, entre outras pessoas.
"Vou ajudar com contatos e com um olhar de fora. Minha contrapartida será aprender sobre arte", explica Raí.
Segundo Miranda, "a ideia de um grupo gerido profissionalmente e que não se deixa contaminar pelo capitalismo é novidade na área teatral"
Para ele, o renascimento da BR 116 sob o conceito de voluntariado cultural pode marcar "o início de um novo caminho para o teatro".
Já para Bete Coelho, é o primeiro passo para que o teatro possa "erguer-se como indústria, como já aconteceu com a música, o cinema, a literatura e a arte contemporânea". (GM)
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