sexta-feira, 27 de maio de 2011




Jonathan Franzen confirmou presença em na FLIP .
Um dos escritores americanos  mais festejados dessa decada tem seu mais recente livro " Liberdade" lançado  no Brasil

ABAIXO COPIO as ediçoes de HOJE do O GLOBO e FOLHA de S.PAULO sobre o escritor.



Houve um momento na carreira de Jonathan Franzen em que ele teve o pressentimento, raro para a maioria dos escritores contemporâneos, de que sua obra estava prestes a alcançar aquela entidade insondável que se costuma chamar de “o grande público”. Após escrever narrativas experimentais nos anos 1980 e 1990, ele trabalhava no romance “As correções”, uma saga familiar que, ao ser lançada, em 2001, recebeu atenção surpreendente para uma época em que se costuma decretar a decadência da literatura como gênero de massas. A princípio, Franzen pareceu desconfortável: naquele ano, rejeitou um convite para o clube de leitura da apresentadora de TV Oprah Winfrey, guardiã do gosto médio americano, por receio de vulgarizar sua obra.



Uma década depois, porém, o autor está mais à vontade no papel. Nos últimos meses, sentou no antes temido sofá de Oprah, concedeu centenas de entrevistas e posou para a capa da revista “Time”, com ar sisudo e olhar pensativo, ao lado do título de “Grande Romancista Americano”. Tudo para promover seu novo livro, “Liberdade” (que chega agora ao Brasil pela Companhia das Letras, em tradução de Sergio Flaksman) e, ao mesmo tempo, defender junto ao grande público sua maior causa: a relevância da literatura na cultura contemporânea.



— Enquanto eu escrevia “As correções”, me dei conta de que aquele era um livro ao qual as pessoas poderiam realmente prestar atenção. Foi um momento assustador, porque você tem que refletir se está disposto a isso, e a tudo de negativo que pode trazer. Mas, além do óbvio prazer de ser lido, vejo isso como um serviço. Acredito que, para sobreviver como gênero, o romance precisa receber atenção significativa da cultura mainstream. Caso contrário, o grande público pode simplesmente se esquecer dele — diz Franzen em entrevista ao GLOBO, por telefone, de Nova York.



Assim como em “As correções”, a trama de “Liberdade” se concentra num pequeno núcleo — no primeiro caso a família Lambert, agora a família Berglund — no qual se condensam experiências coletivas da sociedade americana (leia resenha ao lado). Mais do que apresentar um painel sociopolítico de seu país em forma de ficção, a ambição de Franzen é provar que há algo de específico na literatura que a torna um meio ideal para promover a reflexão pessoal sobre dilemas individuais e coletivos de nosso tempo. Essa ambição, como foi notado pelos críticos, aproxima Franzen dos escritores realistas do século XIX, como Tolstói e Dickens, que acreditavam no romance como espaço de discussão sobre a sociedade. Ao mesmo tempo em que encoraja a comparação (Tolstói chega a ser citado em “Liberdade”), o autor tenta matizá-la.



— Escritores como Dickens faziam relatórios sobre a sociedade, e não é isso que tenho em mente. O que um romance pode fazer é criar um diálogo entre o mundo como um todo e uma consciência individual. Não há outra forma capaz de fazer isso como o romance. É algo intrínseco à experiência da leitura, ao ato de decodificar marcas numa página e criar um mundo a partir da palavra impressa.



Apesar de dizer que não tentou fazer, em “Liberdade”, um “relatório social” à moda de Dickens, Franzen tem sido saudado nos Estados Unidos, desde o lançamento do livro, pela capacidade de criar “um retrato incisivo do nosso tempo”, como resumiu o jornal “The New York Times”. Para o escritor, essa é uma reação ao fato de o romance — não só o dele, mas todo o gênero — processar a experiência coletiva de uma forma diferente daquela à qual o público está acostumado no dia a dia.



— Estamos afogados em relatórios e notícias sobre nós mesmos. Com os canais de jornalismo 24 horas e a internet, não precisamos de ainda mais informação sobre nossa sociedade. Mas o romance, por existir num tempo mais lento do que o jornalismo, é capaz de isolar todo esse ruído e dar atenção às coisas que realmente importam, aquelas que não estão sendo noticiadas — diz o escritor.



A dificuldade de comunicação numa sociedade saturada de informação sobre si mesma é um dos temas de “Liberdade”, que investiga as cisões políticas e sociais vividas pelos Estados Unidos durante o governo de George W. Bush. Franzen enxerga no presidente Barack Obama, fã confesso $seu livro, alguém que tem se esforçado para superar a “gritaria polarizada” que tomou conta da política nacional nos últimos anos.



— Penso que Obama sente que, ao se comportar assim, os políticos e jornalistas americanos estão cometendo uma violência contra a verdade. Porque a verdade é complicada, mas o que vemos na TV e na internet é uma versão simplificada de tudo, com essas pessoas gritando suas opiniões sem se preocupar em ouvir os outros.



Franzen diz escrever em busca de leitores que não se satisfazem com verdades simplificadas. Um autor que procura conservar espaço para a literatura nas estantes de best-seller, ele descreve o leitor ideal como alguém que “anda por aí sentindo que todo mundo parece saber o que fazer, menos ele, que todos estão seguros enquanto ele está cheio de conflitos, e que ninguém parece incomodado com as coisas que o incomodam”.



— É encorajador acreditar que ainda há lugar no mundo para o romance, porque bons livros continuam a ser um espaço onde o mundo pode ser discutido em sua complexidade real, com ambiguidade, incerteza e humildade.



Receba este blog Permalink.Envie.Compartilhe ...Comente Ler comentários (0) ....Enviado por Guilherme Freitas - 27.5.2011
0h05m.

A amizade literária de Jonathan Franzen e David Foster Wallace

Num longo ensaio publicado em abril na revista "The New Yorker", Jonathan Franzen escreve sobre a temporada de duas semanas que passou na ilha remota de Masafuera, na costa chilena, no início do ano. Fisica e mentalmente esgotado pela turnê mundial de promoção do romance "Liberdade" (ver post acima), e ainda abalado pelo suicídio de um de seus melhores amigos, o escritor David Foster Wallace, que se enforcou em 2008, Franzen desembarcou na ilhota do Pacífico buscando paz e isolamento. Levava na bagagem um exemplar surrado de "Robinson Crusoe", o romance de Defoe inspirado num aventureiro escocês que teria vivido em Masafuera, e uma urna com cinzas de Wallace para serem jogadas no mar, a pedido da viúva dele. Como se pode imaginar por essa combinação, em vez da tranquila observação de pássaros raros que tinha planejado, Franzen viveu uma experiência catártica, que o confrontou com o luto pela morte do amigo e a solidão do trabalho de todo escritor.



No ensaio, Franzen detalha a importância da amizade com Wallace em sua formação. Os dois começaram a publicar nos anos 80, compartilhavam com frequência debates de "jovens escritores americanos" e trocavam longas cartas sobre as possibilidades da literatura no mundo contemporâneo.



- Passamos muito tempo falando sobre o que fazer da literatura hoje, mas não é apropriado falar em influência de um sobre o outro, era mais uma conversa constante. Chegamos à conclusão de que, num mundo em que as pessoas estão cada vez mais isoladas, a literatura pode ser um meio de estabelecer uma conexão entre as pessoas - diz Franzen ao GLOBO, por telefone, de Nova York.



O escritor refina esse argumento no ensaio da "The New Yorker", explicando que, embora citasse em entrevistas o discurso um tanto batido sobre a "conexão através da literatura", Wallace encenava, em sua obra, a impossibilidade mesma dessa conexão. Para Franzen, a literatura promove uma comunicação paradoxal, baseada na solidão de duas pessoas, uma que escreve e uma que lê.



- Quando leio um livro que significa algo para mim, a sensação que tenho é de um certo conhecimento sendo transmitido, através do tempo ou do espaço. Mas acredito que Dave tinha um senso de isolamento maior do que eu. Escolhi interpretar essa ideia de conexão através de uma comunidade da qual o escritor participa de duas formas, lendo e escrevendo - diz.



Pouco conhecido no Brasil, onde tem apenas um livro publicado ("Breves entrevistas com homens hediondos", Companhia das Letras, tradução de José Rubens Siqueira), Wallace surgiu na cena literária americana nos anos 80, com narrativas experimentais que dialogavam e se confrontavam com a tradição pós-moderna do país, de autores como Thomas Pynchon e John Barth (que Wallace simultaneamente homenageou, desafiou e satirizou na novela "Westward the course of empire takes its way", de 1989).



Em 1996, Wallace publicou "Infinte jest", um romance de mais de mil páginas no qual buscava colocar em prática as teorias que vinha desenvolvendo desde o início da década sobre a fusão entre técnicas narrativas pós-modernas e o humanismo dos autores realistas do século XIX (argumento desenvolvido longamente no ensaio "E unibus pluram", de 1993, que será lançado em português como parte de uma coletânea de não ficção de Wallace a ser publicada pela Companhia das Letras no ano que vem). Um amplo painel sobre a presença invasiva do entretenimento na cultura americana contemporânea, e o tipo particular de solidão que isso engendra, "Infinte jest" se tornou um best-seller inesperado, especialmente por se tratar de uma narrativa tão intricada (quando perguntado sobre isso, Wallace dizia, não totalmente de brincadeira, que determinara a disposição dos capítulos segundo o modelo geométrico do Triângulo de Sierpinski).



Tendo ele próprio flertado com o experimentalismo em suas primeiras narrativas, Franzen diz que a relação com Wallace o levou a buscar um caminho mais convencional em seus livros. Desde "As correções" (2001) e mais ainda com "Liberdade", Franzen abraçou o romance social como forma.



- Dave era um verdadeiro artista experimental. Ele tentava fazer coisas que nunca tinham sido feitas, assumindo o risco de fracassar, o que é parte de ser um artista experimental verdadeiramente honrado. Ter um amigo que trabalhava de forma tão radical me fez reforçar meu compromisso com uma forma narrativa mais convencional. Mas sou escolado em Modernismo e, mesmo que eu goste muito da ficção do século XIX, algo aconteceu no início do século XX, quando os escritores começaram a tomar consciência de aspectos como voz, perspectiva e representação do tempo, e isso não pode ser ignorado. Hoje, tenho um compromisso com uma parte da comunidade de leitores que não estudou literatura, mas isso não quer dizer que eu não pense na forma de meus romances - diz Franzen, citando o longo trecho de "Liberdade" narrado como a autobiografia em terceira pessoa de uma personagem, que tem função central na trama.



Justamente por prezar a dimensão experimental do trabalho do colega, Franzen escreveu duramente, no ensaio da "The New Yorker", contra amaneira como Wallace passou a ser lido desde sua morte. A publicação do romance que deixou inacabado, "The pale king", lançado com fanfarra em abril no Estados Unidos, provocou uma onda de resenhas pirotécnicas e perfis hagiográficos que, aponta Franzen, destacam apenas o discurso humanista do escritor, deixando de lado as características sombrias e perturbadoras que são parte essencial de sua obra.



- Eu estava reagindo a uma leitura superficial de Dave, que tenta transformá-lo numa espécie de santo. Isso incomoda qualquer pessoa realmente interessada no trabalho dele, que pode ser extremamente sombrio. Dave era um grande amigo, uma das pessoas mais amáveis que conheci, mas também tinha seus problemas.





Receba este blog Permalink.Envie.Compartilhe ...Comente Ler comentários (0) ....Enviado por O Globo - 27.5.2011
0h00m.

Resenha de 'Liberdade', de Jonathan Franzen

Liberdade, de Jonathan Franzen. Tradução de Sergio Flaksman. Editora Companhia das Letras, 608 páginas. R$ 46,50.



Por Marcelo Moutinho*



O jornal “The Guardian” classificou-o como “o livro do século”. A apresentadora Oprah Winfrey incluiu a obra em seu prestigioso Oprah’s Book Club. O próprio presidente Obama devorou as mais de 600 páginas durante as férias. Além disso, o autor figurou na capa da revista “Time”, cuja chamada proclamava que Jonathan Franzen “nos mostra o modo como vivemos hoje”. Diante de tanto confete, uma pergunta se impõe: “Liberdade” justifica o frisson ou é mera fumaça midiática?



Descontada a profecia hiperbólica do “Guardian”, a resposta ganha feição positiva. O livro, ao qual o escritor se dedicou por nove anos, traz uma daquelas histórias com as quais nos enredamos a ponto de querer adiar o fim. Franzen evoca os chamados romances panorâmicos, que buscam descortinar o espírito de um tempo sob a perspectiva de um grupo de indivíduos. No caso de “Liberdade”, os Berglund.



A saga familiar atravessa quatro gerações e é esboçada em prosa realista, não linear. Walter e Pathy são um casal liberal de classe média e têm dois filhos, Joey e Jessica. Há um terceiro vetor: Richard Katz, músico com quem Pathy flertou rapidamente antes de se unir ao marido. Katz aparece como um dos elementos desesta$da aparente harmonia dos Berglund. O outro é Joey, cuja declarada simpatia pelo Partido Republicano ativa no pai, democrata até o último fio do cabelo, os instintos mais primitivos. “Ele tem o ar superior de quem frequenta Wall Street”, diz Walter.



A conjuntura pós 11 de Setembro está no centro do romance, embora a descrição se estenda por décadas. Conjugando os dramas pessoais de seus personagens com a pauta política, Franzen aborda temas como o conflito entre Israel e Palestina, o aquecimento global, a invasão do Afeganistão e a ofensiva contra o Iraque “para tomar as armas de destruição em massa de Saddam Hussein”, que recebe inflamada defesa de Joey.



Bem urdida, a trama se estrutura a partir do desenho de perfis que serão aos poucos desconstruídos. Walter, o ambientalista que faz questão de ir de bicicleta para o trabalho, envolve-se com mineradoras de carvão. Pathy, a mãe zelosa, expõe um inusitado talento para a perversidade. Katz, antagonista na contenda amorosa por ela, revela a intensidade de seu amor — um amor fraterno — por Walter.



Um dos méritos de Franzen é a densidade que dá aos personagens, tornando-os quase palpáveis, capazes de provocar dó, empatia, repulsa e mesmo fúria — estados que se revezam no sentimento do leitor. Na intenção de fazer o inventário social de uma época, o autor capta também a perplexidade de quem testemunha a mudança dos ventos, sintetizada por Walter quando se vê sozinho em um concerto de rock para jovens: “Era mais uma espécie de desespero diante do esfacelamento do mundo. Os EUA estavam travando duas guerras terrestres e feias em dois países, o planeta estava se aquecendo como um forno elétrico, e ali no 9:30, ao seu redor, havia centenas de meninos e meninas (...) com suas suaves aspirações, sua ideia inocente de que tinham direito — a quê? À emoção.”



A narrativa transita com leveza da melancolia ao humor, e a plausibilidade dos diálogos garante ótimos momentos, como aquele em que Walter, já na meia-idade e ao lado de sua sedutora assistente, toma a primeira cerveja da vida. Ou, ainda, a longa “DR” na qual Katz e Pathy tentam compreender afetos guardados em banho-maria, subitamente reaquecidos.



A destreza literária de Franzen, já atestada no anterior “As correções”, não impede, contudo, que recaia num erro primário. Sob o pretexto de uma recomendação do terapeuta para que anotasse as próprias memórias, em alguns capítulos Pathy assume a condução do relato. O registro formal, no entanto, é idêntico ao do narrador onisciente — exceto pelo fato de ela, com intimidade, chamar Katz de Richard. Pouco para uma alteração tão brusca.



Capital na cultura americana, o conceito de liberdade a que alude o título do livro se desdobra para além do viés político. Pairando sobre todo o romance em frases, placas, slogans, refere-se igualmente à esfera privada, e nem sempre como sinônimo de ventura. “A personalidade suscetível ao sonho da liberdade ilimitada também tende, quando o sonho desanda, à misantropia e à ira”, salienta o narrador ao comentar as diabruras do avô de Walter, que, na direção de um automóvel, desrespeita os demais motoristas. A indireta, com jeitão de autocrítica, é uma piscadela ao leitor. Como se Franzen sugerisse: assim como o velho Einar, certas nações às vezes abusam ao volante.

*Marcelo Moutinho é escritor e jornalista



Autor de "Liberdade", saga familiar lançada no Brasil, Jonathan Franzen confirma presença na Flip em 2012




Geoff Pugh - 27.set.10/Rex Features



O autor norte-americano Jonathan Franzen em sessão de fotos no Gore Hotel, em Londres



ÁLVARO FAGUNDES

DE NOVA YORK



Jonathan Franzen, 51, tem quatro livros de ficção, o suficiente para ganhar a capa da revista "Time" em 2010 e ser chamado de o grande romancista americano.

O mais recente, o premiado "Liberdade", que chega agora ao Brasil, é um épico sobre uma família do Meio-Oeste dos anos 80 até a era George W. Bush (2001-2009).

Na entrevista, Franzen fala de suas inspirações e do convívio com novas tecnologias.











Folha - Antes de falar sobre o livro, o sr. vai à Flip de 2012?

Jonathan Franzen - Sim, eu já me comprometi. O Luiz Schwarcz [dono da Companhia das Letras] é muito persuasivo. Também sou ornitófilo e o Brasil é um ótimo lugar para ver pássaros.



O sr. já criticou a TV e outras mídias, mas elas foram incorporadas à sua narrativa. Como elas afetam seu trabalho?

Eu me isolo delas. Quando estou trabalhando, não tem música, internet. Gosto delas, mas distraem facilmente.

Porém não vejo a razão do Twitter e o Facebook me irrita. Já o e-mail é uma invenção maravilhosa, e abrandei minha posição sobre a TV.

Algumas séries se desenvolvem como os grandes folhetins do século 19.



Em "Liberdade", o sr. menciona mais de uma vez "Guerra e Paz". Tem outros livros que o inspiraram?

Quando estava travado, um livro que me faz andar foi "O Teatro de Sabbath", de Philip Roth. Pensei muito em Stendhal, Tolstói e em Alice Munro, gênia canadense.



Em época de Twitter e SMS, tudo parece estar mais curto. O seu livro é o oposto, tem mais de 500 páginas e foi um sucesso. Como se explica?

Não acredito que as pessoas que gostam de ler livro queiram um romance curto.

Exatamente porque estamos numa era com tantas distrações, a exigência sobre os romances é maior. Não dá para deixar passar partes que não funcionam. Caso contrário, o livro nunca será lido.

Ele ainda é meu chapa", diz Franzen sobre Obama




Autor afirma que pela primeira vez não está furioso com presidente dos EUA



Para escritor, perigos modernos residem na falta de alternativa para a situação ambiental e na mídia eletrônica



DE NOVA YORK



Na continuação, Jonathan Franzen fala sobre a admiração por Obama e sua preocupação com as novas tecnologias.

(ÁLVARO FAGUNDES)











Folha - Uma boa parte do livro se passa durante os anos George W. Bush. Se a história continuasse, como o sr. imagina que escreveria sobre o governo Obama?

Jonathan Franzen - É uma questão que não posso responder até que escreva meu próximo livro. É a primeira vez que ele é alguém que admiro e apoio. Ainda é meu chapa.

Eu sou um desses escritores que se sentem mais confortáveis quando estão reagindo contra algo. Pela primeira vez, não estou furioso com o presidente.



Talvez então ele não sirva para um bom livro.



Em que áreas o sr. não está satisfeito?

Estou incomodado com a situação ambiental, com a falta de uma alternativa plausível para o crescimento insustentável.

Além disso, me incomoda essa tendência narcisística na mídia eletrônica. A internet supostamente ia nos levar a entender melhor as pessoas. Neste país, estamos indo para o lado oposto.

Estou preocupado com a perda do espaço público. Comunidades on-line não são o mesmo que comunidades.

Isso incomoda, mas também significa que tenho assunto para escrever.



LIVRO



ROMANCE

Liberdade

Jonathan Franzen

EDITORA Companhia das Letras

TRADUÇÃO Sergio Flaksman

QUANTO R$ 46,50 (608 págs.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentario!